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Arquivos Consejo Intergubernamental - Página 2 de 3 - IberCultura Viva

11

jul
2018

Em Notícias

Por IberCultura

9ª Reunião do Conselho Intergovernamental termina com a aprovação dos editais de 2018

Em 11, jul 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: Ministerio de Cultura y Deportes de Guatemala

 

O Palácio Nacional da Cultura, na Cidade de Guatemala, foi a sede do quarto e último dia da 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva. Após um passeio pelo edifício, inaugurado em 1943, os representantes dos 11 países integrantes do programa deram início ao primeiro dos debates previstos para esta terça-feira (10/07): as propostas de sinergia com outros programas da Cooperação Ibero-americana.

Os participantes do encontro debateram inicialmente a realização de um concurso elaborado em conjunto com Ibercocinas, Iber-Rutas e Ibe.TV para premiar receitas culinárias de comunidades migrantes da Ibero-América com histórias para contar.

O concurso “Sabor a Iberoamérica” tem o objetivo de contribuir para o fortalecimento da visão ibero-americana, dando visibilidade às experiências de interculturalidade que se dão entre comunidades migrantes por meio da cozinha como expressão da diversidade.

A intenção dos programas é selecionar propostas que contam uma receita de sua comunidade de procedência, a história por trás dela, e a forma em que esta receita se insere na comunidade que a acolheu dentro de uma experiência migratória.

Entrelaçando experiências

O outro projeto de sinergia discutido e aprovado pelo Conselho Intergovernamental durante a reunião na Cidade de Guatemala esta terça-feira foi “Entrelaçando Experiências em nível regional: Banco de Saberes e Ações de intercâmbio de saberes entre músicos e organizações culturais de base comunitária e povos indígenas”.

A proposta, realizada conjuntamente por IberCultura Viva e Ibermúsicas, busca fomentar em nível regional o intercâmbio de saberes horizontal entre organizações culturais de base comunitária e povos originários, a fim de difundir, potenciar e fazer circular os conhecimentos e experiências que os coletivos vão adquirindo e desenvolvendo dia a dia com seu trabalho territorial.

A ideia é que os projetos beneficiados com as Ajudas para a Mobilidade de Músicos e Residências Criativas para Compositores 2018 de Ibermúsicas realizem uma atividade formativa ou de transferência de saberes no país de destino. Essas atividades poderão fazer parte do Banco de Saberes e ser promovidas pelo projeto Entrelaçando Experiências.

Ato público

Terminada a discussão sobre as propostas de sinergia com os programas de cooperação, houve um ato público com palavras do ministro de Cultura e Esportes de Guatemala, José Luis Chea Urruela; da diretora geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas, Rosa María Tacán; do diretor de Análise de Cooperação da Secretaria de Planejamento da Presidência (Segeplan), Oliver Jonathan Avalos, e do representante da presidência do IberCultura Viva, Diego Benhabib.

A agenda do dia seguiu com a discussão e aprovação das próximas convocatórias que serão lançadas por IberCultura Viva. O Conselho Intergovernamental aprovou, entre outras propostas, a realização de um concurso de videominuto com temática de línguas originárias, relacionado a um trabalho que a Guatemala vem levando adiante com a UNESCO, com o objetivo de revitalizar e salvaguardar as línguas dos povos originários.

Este será o terceiro concurso de vídeo promovido pelo programa. O primeiro foi “Mulheres, culturas e comunidades” (2016), que teve como objetivo dar visibilidade à contribuição fundamental das mulheres para a cultura e organização comunitária, e o segundo, “Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento” (2017), lançado em parceria com o Escritório de Representação da UNESCO no Brasil como uma das ações promovidas no âmbito da Década Internacional para os Afrodescendentes (2015-2024).

Apoio a redes

O último tema que os representantes governamentais de Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Peru e Uruguai debateram na 9ª Reunião foi o edital para apoio de redes e de trabalho colaborativo de organizações culturais comunitárias e de povos originários.

Foi aprovado um recurso de 85 mil dólares para este edital, que tem como objetivo fomentar e fortalecer o trabalho e a articulação das organizações culturais comunitárias e dos povos originários no âmbito ibero-americano a partir do apoio para a realização de eventos de alcance municipal, estadual, nacional e/ou regional.

 

Leia também:

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Começa na Guatemala a 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental

 

 

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10

jul
2018

Em Notícias

Por IberCultura

Propostas de apoio e modificações do regulamento são debatidas no terceiro dia da 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental

Em 10, jul 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: Ministerio de Cultura y Deportes de Guatemala

 

Representantes dos 11 países integrantes do programa IberCultura Viva participam da 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental que se realiza na Guatemala desde sábado (07/07). As atividades terminam nesta terça-feira (10/07), no Palácio Nacional da Cultura, na Cidade de Guatemala, com a discussão e aprovação dos editais e concursos que o programa lançará este ano.

Nesta segunda-feira, as discussões em Antigua Guatemala se deram sobre temas diversos, desde o apoio do programa aos Congressos Latino-americanos de Cultura Viva Comunitária até a aprovação de modificações no regulamento para adaptar IberCultura Viva ao novo Manual Operativo dos Programas, Iniciativas e Projetos Adscritos da Cooperação Ibero-americana (2016).

Apoio ao 4º Congresso

O 4º Congresso Latino-americano de CVC, que será realizado na Argentina em maio de 2019, foi um dos primeiros temas debatidos esta manhã pelo Conselho Intergovernamental. Eduardo Balán, coordenador geral da agrupação cultural El Culebrón Timbal e líder do coletivo Pueblo Hace Cultura, participou deste momento da reunião por videoconferência, representando a comissão organizadora do congresso.

Balán comentou as jornadas de planejamento que as organizações argentinas vêm promovendo para preparar o evento (cerca de 200 coletivos estão trabalhando nisso), e apresentou algumas propostas de apoio aos membros do Conselho. A ideia é que o congresso seja uma caravana começando em Mendoza, passando por Córdoba e Entre Ríos, e terminando na cidade de Buenos Aires. O lema desta edição será  “Territórios para o bem viver”.

 

Rede de governos locais

Outro tema discutido esta manhã foi apresentada a proposta de mecanismos de adesão à Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais, desenhada em relação a um dos objetivos do grupo de trabalho (GT) que se conformou em novembro de 2017, em Quito (Equador), ao final do 2º Encontro de Redes IberCultura Viva. Este encontro, realizado durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, contou com representantes de governos de uma província (Entre Ríos, na Argentina) e 11 municípios: Córdoba e Devoto (Argentina), Niterói (Brasil), Medellín (Colômbia), Zapopan e Cherán (México), Ibarra (Equador), Canelones e Montevidéu (Uruguai), La Molina e Lima (Peru).

A Rede IberCultura Viva de Cidades e Governos Locais tem como objetivo geral fortalecer e fomentar o desenvolvimento de políticas culturais de base comunitária em nível local. Entre seus objetivos específicos se encontram o estabelecimento de uma rede de intercâmbio e cooperação entre governos locais (municipais ou estaduais) e o fomento a atividades de intercâmbio e cooperação entre redes e organizações culturais de base comunitária de diferentes cidades e estados/províncias.

Dias anteriores

No fim de semana, a programação da reunião na Guatemala incluiu visitas a espaços culturais e encontros com organizações culturais comunitárias em dois municípios do departamento de Sacatepéquez: Antigua Guatemala e Santa María de Jesús. Além dos representantes governamentais, estiveram presentes no primeiro dia do encontro cerca de 40 pessoas, representando 22 organizações guatemaltecas.

Estas Jornadas de Culturas Vivas Comunitárias que marcaram o início da programação da 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental foram organizadas conjuntamente pelo Movimento de Culturas Vivas Comunitárias de Guatemala e pela Direção Geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas do Ministério de Cultura e Esportes.

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08

jul
2018

Em Notícias

Por IberCultura

Visitas a espaços culturais marcam o segundo dia da 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental na Guatemala  

Em 08, jul 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: Ministerio de Cultura y Deportes de Guatemala

As Jornadas de Culturas Vivas Comunitárias, organizadas conjuntamente pelo Movimento de Culturas Vivas Comunitárias da Guatemala e a Direção Geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas do Ministério de Cultura e Esportes, seguiram esta manhã com visitas a experiências de cultura viva nas comunidades guatemaltecas Santa Marìa de Jesús e San Juan del Obispo.

As atividades, que fazem parte da programação da 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental, começaram no Parque Central de Santa María de Jesús com uma apresentação do grupo Las Curanderas, Teatro para Curar el Susto. A obra “Fiesta Convite” trata da violência que vivem as mulheres mayas Kaqchikeles na comunidade.

 

Em seguida, os participantes do encontro visitaram a Casa Museo Luis de Lión, em San Juan del Obispo. Luis de Leon (ou Luis de Lión, como preferia assinar seus livros) foi um importante escritor e educador popular guatemalteco, sequestrado/desaparecido pelo Exército em 1984. Em 2004, o Estado da Guatemala reconheceu sua responsabilidade pelo assassinato do poeta. Seu corpo nunca foi encontrado.

Nascido na aldeia de San Juan del Obispo, Leon, que além de escritor era professor primário, iniciou em sua comunidade um programa de alfabetização e promoção da leitura. Com a proposta de enlaçar presente, passado e futuro, e dar continuidade a seu legado, a comunidade criou um museu com sua história de vida e sua poesia, e uma escola de artes para crianças e jovens.

Informes e debates

Terminada a visita aos espaços culturais, os representantes governamentais voltaram a Antigua Guatemala para dar início aos debates da 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental, com a apresentação dos informes de execução financeira do  programa. Também foram apresentados informes sobre as atividades desenvolvidas nos últimos meses, inclusive as ações de formação e o Curso de Pós-graduação de Políticas Culturais de Base Comunitária, organizado em conjunto com a Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO) – Sede Argentina.

 

Projeto Luis de Lión: enlaçando presente, passado e futuro, compartilhando sonhos

9ª Reunião do Conselho Intergovernamental termina com a aprovação dos editais de 2018

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Começa na Guatemala a 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental

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08

jul
2018

Em Notícias

Por IberCultura

Começa na Guatemala a 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental

Em 08, jul 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

Fotos: Ministerio de Cultura y Deportes de Guatemala

 

Uma oferenda de agradecimento à Mãe Terra deu início à Jornada de Culturas Vivas Comunitárias que abriu a programação da 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental do Programa IberCultura Viva, este sábado de manhã na cidade de Antigua Guatemala.

Além dos representantes dos governos dos países integrantes do programa, estiveram presentes no primeiro dia do encontro cerca de 40 pessoas, representando 22 organizações culturais comunitárias guatemaltecas.

As Jornadas de Culturas Vivas Comunitárias foram organizadas conjuntamente pelo Movimento de Culturas Vivas Comunitárias da Guatemala e a Direção Geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas do Ministério de Cultura e Esportes.

As atividades começaram no Palacio de los Capitanes com uma invocação realizada por Marco Antonio Juárez e palavras de boas-vindas de Rosa María Tacán, diretora geral do Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas do Ministério de Cultura e Esportes da Guatemala; de Mariela Aguirre, representante da organização Caja Lúdica, e de Diego Benhabib, por parte da presidência do IberCultura Viva.

Atividades lúdicas, dinâmicas de integração e rodas de conversas sobre avanços e desafios do Movimento de Culturas Vivas Comunitárias estiveram na agenda das organizações durante o dia.

Puntos de Cultura

A sessão no palácio terminou com apresentações sobre as experiências governamentais de três países em torno das políticas culturais de base comunitária. Diego Benhabib (Argentina), Estefanía Lay Guerra (Peru) e Alexander Córdova (El Salvador) falaram dos programas de Pontos de Cultura (em espanhol, Puntos de Cultura) implementados em seus países, e da experiência de trabalho conjunto entre Estado e sociedade civil.

A programação do primeiro dia também contou com um festival no Parque Central de Santa María de Jesús, com apresentações de canto maya Kaqchikel (por Chumilkaj Nicho), poesia LGBTIQ (por Manuel Tzoc), música maya de resistência (por Lucia Ixchiu, Festivales Solidarios) e rock maya (Baqtun Cero).

As Jornadas de Culturas Vivas Comunitárias seguem neste domingo com visitas a espaços culturais das comunidades de Santa María de Jesús (onde está prevista uma apresentação do grupo “Las Curanderas, teatro para curar el susto”) e San Juan del Obispo, onde está a Casa Museo Luis de Leon.

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02

jul
2018

Em Notícias

Por IberCultura

9ª Reunião do Conselho Intergovernamental: encontro com organizações abrirá os 4 dias de trabalho na Guatemala

Em 02, jul 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

Será realizada entre os dias 7 e 10 de julho, na cidade de Antigua Guatemala, a 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental do Programa IberCultura Viva. Está prevista a participação de representantes dos 11 países integrantes do programa (Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Peru e Uruguai) e da equipe da Unidade Técnica.

A programação do fim de semana inclui uma reunião do Movimento de Culturas Vivas Comunitárias, uma roda de conversa sobre experiências governamentais da Argentina, de El Salvador e do Peru, e visitas a experiências de cultura viva nas comunidades guatemaltecas Santa Marìa de Jesús e San Juan del Obispo. As jornadas iniciais foram organizadas em conjunto pela Direção Geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas, do Ministério de Cultura e Esportes da Guatemala, e a Rede Guatemalteca de Cultura Viva Comunitária.

Além de uma revisão dos avanços do Plano Operativo Anual (POA) de 2018, esta reunião marcará o início dos trabalhos sobre o POA 2019. Também serão apresentados informes sobre as atividades desenvolvidas durante este ano, os editais e concursos realizados, as atividades de formação promovidas pelo programa, e os avanços do grupo de trabalho de governos locais formado no 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado em Quito (Equador), em novembro de 2017.  

Outro tema que faz parte da agenda na Guatemala é a discussão e aprovação de algumas modificações no regulamento do programa para adaptá-lo ao novo Manual Operativo dos Programas, Iniciativas e Projetos Adscritos da Cooperação Ibero-americana (2016). A programación terminará com o debate e a aprovação dos editais IberCultura Viva de 2018.

 

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30

maio
2018

Em Notícias

Por IberCultura

Guatemala será sede da 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental

Em 30, maio 2018 | Em Notícias | Por IberCultura

A 9ª Reunião do Conselho Intergovernamental do programa IberCultura Viva será realizada entre os dias 7 e 10 de junho no município de Antigua Guatemala, no departamento de Sacatepéquez. Além de uma revisão dos avanços do Plano Operativo Anual (POA) de 2018, será iniciado o trabalho sobre o POA 2019.

O Palácio Nacional da Cultura, onde será realizada a 9ª Reunião do Conselho (Foto: Ministério de Cultura e Esportes da Guatemala)

Está prevista a apresentação de informes sobre as atividades desenvolvidas durante este ano, os editais e concursos realizados, e as atividades de formação promovidas pelo programa. Também serão discutidas algumas modificações no regulamento para adaptar o programa às orientações do novo Manual Operativo dos Programas, Iniciativas e Projetos Adscritos da Cooperação Ibero-americana (2016) e a aprovação dos editais de 2018, entre outros temas.

Espera-se a participação de representantes dos 11 países membros do Conselho Intergovernamental (Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Peru e Uruguai), da equipe da Unidade Técnica e do diretor do Escritório Sub-regional para o Cone Sul da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB), Alejo Ramírez.

A abertura do encontro, na manhã do dia 7, no Palácio Nacional da Cultura, estará a cargo do ministro de Cultura e Esportes da Guatemala, José Luis Chea Urruela, e de Rosa María Tacan, representante do país no programa IberCultura Viva e diretora geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas do ministério.

Além disso, nos dias 9 e 10 de junho, os representantes dos países membros do programa participarão das Jornadas do Movimento de Culturas Vivas Comunitárias de Guatemala, organizadas em conjunto pela Direção Geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas e a Rede Guatemalteca de Cultura Viva Comunitária, e que serão realizadas paralelamente à reunião.

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23

nov
2017

Em Notícias

Por IberCultura

8ª Reunião do Conselho Intergovernamental: três anos de avanços e construções coletivas

Em 23, nov 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

O Conselho Intergovernamental IberCultura Viva realizou sua 8ª Reunião nesta terça-feira (21/11), na sede do Ministério de Cultura e Patrimônio do Equador, em Quito, durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Participaram do encontro representantes de governos de oito países membros do programa: Argentina, Brasil, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Peru e Uruguai.

Além de aprovar o  Plano Estratégico Trianual (2018-2020) e o Plano Operativo Anual 2018, os participantes falaram sobre a Rede de Cidades que o programa IberCultura Viva tenta articular e discutiram o edital de bolsas para o curso de pós-graduação em políticas culturais de base comunitária que se pretende lançar em dezembro de 2017. A jornada também foi de boas-vindas ao Equador, que se somou ao programa em outubro, junto com a Guatemala, e participou pela primeira vez de uma reunião do Conselho Intergovernamental.

 

Intercâmbio de experiências

A vice-ministra de Cultura e Patrimônio do Equador, Andrea Nina, deu início à reunião falando da importância do fortalecimento da cultura comunitária em um país diverso como o Equador, “que tem desenvolvido espaços culturais comunitários muito importantes” com o trabalho cidadão, para além das gestões de governos. “Para nós, é importante aprender com as experiências que vêm sendo desenvolvidas em outros países. A cooperação técnica nos permite aprender com os erros e os acertos”, comentou.

Em seguida, Moni Pizani, diretora sub-regional da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) para os países andinos, celebrou a adesão do Equador a IberCultura Viva e lembrou a aprovação da criação do programa, na XIII Cúpula de Chefes de Estado e de Governo realizada na Cidade do Panamá em 2013. “Desde então se avançou muito neste caminho”, afirmou.

Segundo Pizani, “através de espaços como estes, contando com o esforço de todos e remando em um só sentido, faremos surgir propostas que nos permitam avançar na modalidade de envolver as comunidades como artífices de seu próprio modelo de desenvolvimento cultural, para um modelo exitoso de integração dos povos ibero-americanos”.

Construção coletiva

Diego Benhabib, coordenador do Programa Puntos de Cultura da Argentina e representante da presidência do Conselho Intergovernamental, também reforçou os avanços de IberCultura Viva desde sua implementação, em 2014. “Em três anos percorremos um caminho intenso, com muitas atividades e interessantes articulações com a sociedade civil”, destacou, ressaltando também o espírito colaborativo do Conselho e a vontade de trabalhar em conjunto com as organizações, redes e movimentos, “respeitando sua autonomia, seus espaços e formas de construção”.

Benhabib lembrou também a iniciativa do Conselho Intergovernamental de fomentar os congressos nacionais preparatórios ao 3º Congresso Latino-americano, por meio do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016. Falou, ainda, do desafio de gerar a primeira rede de cidades e províncias ibero-americanas e concretizar ações com as instâncias municipais e estaduais para a expansão das políticas públicas de base cultural comunitária em nível local. “Buscamos elaborar mecanismos de adesão para que as cidades possam se ver refletidas nos fazeres culturais dos nossos estados nacionais, e também possam desenvolver sua própria política”, acrescentou.

Conquistas das redes

Além dos representantes governamentais e da SEGIB, a reunião contou com a presença de quatro membros de redes de cultura viva comunitária que participaram da organização deste 3º Congresso Latino-americano de CVC: os equatorianos Nelson Ullauri e Paola de la Vega, o colombiano Jairo Castrillón Roldán e o brasileiro Alexandre Santini.

Nelson Ullauri ressaltou uma das conquistas da Rede Equatoriana de CVC: a inclusão da cultura viva comunitária como um dos princípios fundamentais da Lei Orgânica de Cultura, publicada em dezembro de 2016 também com um artigo que trata da implementação de uma rede de gestão cultural comunitária para “a democratização da cultura e do exercício dos direitos culturais”. “Apostamos muito nisso porque acreditamos que este processo de construção da rede de gestão tem que se constituir em um protótipo ou um modelo de construção de política cultural”, explicou.

Paola de la Vega, pesquisadora de gestão em políticas culturais e também integrante da rede equatoriana de CVC, contou que no Equador se está trabalhando na formação de uma rede de universidades pela cultura viva comunitária. “Nos espaços acadêmicos estamos contribuindo com linhas de debate, em um marco teórico que ajude o movimento em suas negociações e dinâmicas, em uma relação diferente entre universidade e comunidade”, adiantou. “Estamos aportando também ao processo de construção da Lei de Cultura.”

Ações formativas

Jairo Castrillón Roldán falou da dinâmica do mercado e do risco que traz à construção simbólica dos povos e ao direito das comunidades de ter acesso à cultura. Ao recordar a guerra vivida em Medellín nos anos 80 e 90, e os muitos que morreram “tratando de recuperar a vida de crianças e adolescentes”, chamou a atenção para as organizações que solidariamente decidem ficar nos bairros, sem visar lucros e sim a formação dos que ali vivem. E que deveriam receber uma consideração especial, um respaldo dos organismos governamentais para fortalecer seus processos nas comunidades.

“Não podemos ser vistos dentro da lógica de empresa, estamos muito mais próximos da escola que do cabaré. Somos pedagógicos, não somos espetáculos. Queremos garantir que haja gente expressiva, sensível, imaginativa, curiosa, gente com memória, com sentido de identidade, com sentido de pertencimento. Estas coisas não podem ser submetidas ao tema da rentabilidade. No entanto, são altamente rentáveis à sociedade”, afirmou Castrillón. “O investimento na ação cultural pedagógica, formativa, não é um recurso perdido, é um recurso muito bem investido nas pessoas que estão nas comunidades contribuindo para que a sociedade seja mais digna.”

Linha do tempo

Alexandre Santini, por sua vez, apresentou uma linha do tempo sobre os avanços no desenvolvimento das políticas culturais de base comunitária na América Latina, dando ênfase em como o trabalho intersetorial tem impulsado o desenvolvimento das políticas em nível nacional e multilateral, como no caso da criação do programa IberCultura Viva.

Ao destacar alguns ritos relacionados ao programa, Santini lembrou a realização dos Congressos Ibero-americanos de Cultura, como o de 2009, em São Paulo (Brasil), que teve como tema “Arte e transformação social” e foi uma incidência conjunta de governos e sociedade civil, e a edição de Costa Rica, em 2014, com o tema das culturas vivas comunitárias. “A criação do IberCultura Viva foi uma ação coordenada de governos e organizações da sociedade civil. Podemos dizer que nos necessitamos mutuamente para fortalecer este espaço”, comentou.

Planos e acordos

Terminadas as falas dos convidados, a Unidade Técnica do programa IberCultura Viva apresentou a versão final dos documentos de planejamento 2018-2020, incluindo a reformulação da visão, da missão, dos objetivos gerais e específicos do programa para o período. “Fomentar o respeito”, “criar comunidade”, “resguardar a diversidade cultural”, “impulsionar a participação” e “defender a igualdade” são os valores citados no novo Plano Estratégico Trianual.

O novo plano também redefine como missão de IberCultura Viva o “reconhecimento do valor que tem os processos de construção de cidadania e a diversidade cultural expressa na participação social organizada, para a melhora das condições de vida e da convivência das comunidades, fomentando seu desenvolvimento a partir do trabalho intersetorial e com isso sua contribuição para consolidar o Espaço Cultural Ibero-americano e a integração regional”.

 

Entre as atividades propostas para o Plano Operativo Anual (POA-2018) estão as assistências técnicas a partir do intercâmbio de agentes governamentais; o fomento a estudos e pesquisas sobre políticas culturais de base comunitária; o apoio à realização de encontros e circuitos da rede de Pontos de Cultura, Cultura Viva Comunitária ou equivalentes; a criação e construção de um marco regulatório e de um plano de ação para a Rede de Cidades IberCultura Viva, tema do 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, também realizado em Quito durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.

A 8ª Reunião também com a apresentação do regulamento do edital de bolsas para a Pós-graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária FLACSO-IberCultura Viva. Este curso, que será realizado de maneira virtual junto à Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), sediada na Argentina, se trata de uma proposta específica de formação em políticas culturais de base comunitária, dirigida a agentes públicos da Cultura, sejam eles gestores, trabalhadores do Estado, funcionários municipais, estaduais ou federais, gestores comunitários ou membros de organizações da sociedade civil. O lançamento está previsto para 10 de dezembro e a duração deve ser de nove meses, de março a dezembro de 2018.

 

Leia a ata da 8a Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva

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16

nov
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Quito será sede da 8ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva

Em 16, nov 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

 

 

A 8ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva será realizada em Quito (Equador) no próximo dia 21 de novembro, durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária. Este é o terceiro encontro de representantes dos países membros do programa em 2017 e o primeiro que contará com a presença do Equador, um dos países que se somaram ao IberCultura Viva este ano, junto com a Guatemala. O anúncio da adesão dos dois novos integrantes foi feito em 15 de outubro, na 7ª Reunião do Conselho Intergovernamental, realizada em Lima junto com o 2º Encontro Nacional de Puntos de Cultura do Peru.

Além das boas-vindas oficiais ao Equador, a agenda de trabalho para a 8ª Reunião estará centrada na análise do Plano Estratégico Trianual (2018-2020) do programa e do Plano Operativo Anual 2018. Os dois temas começaram a ser debatidos no encontro anterior, em Lima, assim como o lançamento da Pós-graduação em Políticas Culturais de Base Comunitária FLACSO-IberCultura Viva 2018.

A 7ª Reunião do Conselho Intergovernamental foi realizada em Lima, em outubro

Construído ao longo de 2017, este curso se realizará de maneira virtual junto à Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), com sede na Argentina. Trata-se de uma proposta específica de formação em políticas culturais de base comunitária, dirigida tanto a agentes públicos da Cultura, sejam gestores, funcionários/as ou trabalhadores/as do Estado, como a gestores/as comunitários e membros de organizações da sociedade civil. A duração proposta será de nove meses, de março a dezembro de 2018, e o edital ​estará destinado aos países membros do programa IberCultura Viva.​

A 8ª Reunião também será a ante-sala da ampliação do programa na articulação com instâncias municipais e estaduais. Nos dias 22 e 23 de novembro, o programa realizará em Quito o 2º Encuentro de Redes IberCultura Viva, que estará dedicado com exclusividade à articulação de uma rede de governos locais (municipais e/ou estaduais). Nas jornadas de trabalho para constituir a Rede de Cidades IberCultura Viva participarão funcionários públicos de uma dezena de cidades da América Latina e representantes de organizações culturais comunitárias com experiências de processos de incidência na construção de políticas culturais locais.

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18

out
2017

Em Notícias

Por IberCultura

7ª Reunião do Conselho Intergovernamental: Guatemala e Equador somam-se ao programa

Em 18, out 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

Foi uma reunião de boas-vindas a 7ª Reunião do Conselho Intergovernamental do Programa IberCultura Viva realizada nesta segunda-feira (16/10) em Lima, durante o II Encontro Nacional de Pontos de Cultura do Peru. Depois de três dias de atividades prévias, representantes de sete países juntaram-se na Sala Mochica do Ministério de Cultura do Peru para dar as boas-vindas a Nicolás Roibás, subsecretário de Cultura Cidadã do Ministério de Cultura de Argentina, que assume a presidência do Conselho Intergovernamental, e a delegação do Ministério de Cultura e Esportes da Guatemala, encabeçada pela diretora geral de Desenvolvimento Cultural e Fortalecimento das Culturas, Rosa María Tacán Vázquez.

Além da Guatemala, IberCultura Viva agora conta com a presença do Equador como país membro. A carta oficial de adesão do Equador ao programa foi assinada em 12 de outubro de 2017 pelo ministro de Cultura e Patrimônio, Raúl Alfredo Pérez Torres. Com as novas adesões, o Conselho Intergovernamental passa a ser integrado por 11 países: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Peru e Uruguai.

Nicolás Roibás, Rosa Tacán e Enrique Vargas (Foto: Andrea Huarancca/Puntos de Cultura)

 

As conversas com os dois países tiveram início com o anúncio do Equador como país sede do 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, que será realizado em Quito de 20 a 25 de novembro de 2017, e da Guatemala como país que leva a Secretaria Pro Tempore da Conferência Ibero-americana, responsável por coordenar, junto com a Secretaria Geral Ibero-americana (Segib), todas as reuniões, fóruns e encontros prévios à 26ª Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado e de Governo. Marcada para 15 e 16 de novembro de 2018, a 26ª Cúpula terá como lema “Uma Ibero-América próspera, inclusiva e sustentável”.

O equatoriano Isaac Peñaherrera, membro da comisión organizadora do 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, esteve em parte desta reunião em Lima informando sobre o processo de organização. os avanços do trabalho, as expectativas e metas propostas. São esperadas 800 pessoas para os seis dias de atividades em Quito, entre eles os 52 ganhadores do Edital de Mobilidade IberCultura Viva 2017.

 

Boas-vindas

A mesa inaugural da 7ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva contou com a presença de Enrique Vargas, coordenador do Espaço Cultural Ibero-americano (Segib); Santiago Alfaro, diretor geral de Indústrias Culturais e Artes do Ministério de Cultura do Peru; e Nicolás Roibás, subsecretário de Cultura Cidadã do Ministério de Cultura da Argentina. Esta foi a primeira reunião do Conselho desde que se elegeu a Argentina para assumir a presidência do IberCultura Viva. (O Brasil teve a presidência nos três primeiros anos do programa, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura; o mandato terminou em junho de 2017.)

Diego Benhabib, Nicolás Roibás, Enrique Vargas e Santiago Alfaro

 

A jornada começou com as saudações do anfitrião Santiago Alfaro, que comentou o período de realinhamentos internos (objetivos, ações estratégicas, etc) no Ministério da Cultura do Peru, com vistas ao fortalecimento da institucionalidade e da articulação da sede central com as regiões. Também mencionou o interesse de pensar programaticamente os Pontos de Cultura (em espanhol, “Puntos de Cultura”), com um enfoque de “buscar promover capacidades nas pessoas para alcançar objetivos mais além da expressão simbólica e assim poder transformar a sociedade”.

Em seguida, Nicolás Roibás falou do “orgulho de ocupar a presidência do Conselho neste momento” e lembrou do que foi feito desde a última reunião: a mudança da Unidade Técnica de Brasília para Buenos Aires; a assinatura do convênio com o Escritório Sub-regional para o Cone Sul da Segib, com sede no Uruguai; o lançamento do Edital de Mobilidade; os avanços no acordo com FLACSO para um curso de pós-graduação sobre políticas culturais de base comunitária; as atividades de intercâmbio institucional; as ações para a incorporação da Guatemala e do Equador. “Para nós, é fundamental democratizar o acesso à cultura. É uma das nossas prioridades poder aproximar as pessoas da cultura, no lugar onde ela se encontra, e todos em igualdade de condições”, reforçou.

Adesões

Enrique Vargas, por sua vez, agradeceu aos anfitriões pela acolhida e pelo formato escolhido para a reunião, com três dias prévios que permitiram aos representantes governamentais, além de interagir e ser partícipes do encontro de Pontos de Cultura peruanos, iniciar um processo de reflexão do trabalho de cooperação. “Foram  dias francamente interessantes”, opinou o coordenador do Espaço Cultural Ibero-americano, que também elogiou o trabalho prévio de muitos agentes” para a incorporação do Equador e da Guatemala ao programa. “Em um momento de recortes orçamentários e uma realidade econômica importante em toda a região, valorizamos significativamente o fato de haver essas novas adesões”, destacou.

Antes de entregar a carta de adesão a Enrique Vargas e Nicolás Roibás, a guatemalteca Rosa Tacán Vásquez lembrou que no calendário maia o dia era “da representação do sol, do amanhecer, da aurora, da grandeza da própria vida, da força geradora do ciclo da vida”. Contou que foram muitos os esforços somados para que estivessem ali, em uma “integração em tempo recorde” a dois programas Iber vinculados à Secretaria Geral Ibero-americana (Guatemala também aderiu a Iberartesanías).

Segundo a diretora, estas adesões fortalecerão suas políticas culturais e “o intercâmbio de experiências exitosas, através da articulação, da integração e da participação social, motivados a partir do trabalho que realizam os promotores e gestores culturais em cada comunidade lingüística do país”. Guatemala conta com a presença de 13 comunidades lingüísticas. “A maioria de nossos promotores e gestores culturales é jovem, tem entre 18 e 25 anos. E é a juventude que está contribuindo com este processo no país”, ressaltou.

Rosa: “Estas adesões fortalecerão nossas políticas culturais e o intercâmbio de experiências”

Acordos

Além de aprovar o informe de desempenho técnico do Plano Operativo Anual 2017 e o informe financeiro apresentado pela SEGIB, os representantes governamentais trataram de temas como a articulação realizada com a Unesco para o Concurso de Vídeos “Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”, que será lançado em novembro e permanecerá com inscrições abertas até fevereiro. Também acordaram que o mês de fevereiro de 2018 será a data limite para o recebimento de materiais para a publicação sobre experiências de organizações da sociedade civil que são ou tenham sido colaboradoras das políticas governamentais de cultura de base comunitária.

Quanto ao Plano Estratégico Trianual (PET 2018-2020), tema central desta 7ª Reunião, o Conselho Intergovernamental discutiu a atualização do documento de formulação e dos documentos do programa de acordo com a reformulação da missão e dos objetivos geral e específicos. Os participantes aprovaram a matriz de planejamento com base nestes objetivos e encomendaram à Unidade Técnica do programa a construção de uma proposta definitiva para ser apresentada na próxima reunião presencial, em Quito, durante o 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária.

Encontro de Redes

Também durante o 3º Congresso Latino-americano, o programa realizará o 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, que terá como atividade central uma mesa de trabalho de cidades, dirigida a governos locais que desenvolvam o queiram desenvolver políticas culturais de base comunitária. O tema foi apresentado nesta reunião de Lima por Diego Benhabib, coordenador de Puntos de Cultura da Argentina, e Fresia Camacho, diretora de Cultura do Ministério de Cultura e Juventude de Costa Rica.

Diego Benhabib falou do marco normativo que regula a incorporação de cidades e recordou algumas resoluções do Conselho Intergovernamental registradas em atas para mostrar como o programa vem tratando o tema. O interesse de trabalhar com governos locais vem desde a reunião inaugural do programa, realizada em 2014 em Natal (Brasil), como mostram as atas das reuniões promovidas desde então.

“Temos dado umas pistas, mas nunca terminamos de conformar este espaço de participação. Por isso agora tomamos o desafio de criar esta primeira Mesa de Ciudades em Quito com o respaldo dado pelas distintas resoluções do programa. Neste encontro estaremos propondo mecanismos de adesão ao programa por parte de municípios, com ou sem recursos de aportes ao fundo IberCultura Viva diretamente, tendo em conta qual é a pertinência de que a cidade esteja associada ao programa”, afirmou Benhabib.

Fresia Camacho informou sobre as reuniões que teve com agentes governamentais durante sua visita ao Equador, entre 8 e 10 de setembro, a fim de fortalecer a sinergia entre os países, e destacou o interesse demonstrado para que políticas culturais de base comunitária — especialmente os Pontos de Cultura — sejam implementadas no país. A mesa “Rede de Cidades IberCultura Viva” será realizada em Quito nos dias 22 e 23 de novembro.

Leia também:

Ata da 7ª Reunião do Conselho Intergovernamental IberCultura Viva

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31

maio
2017

Em Notícias

Por IberCultura

Visitas a comunidades durante a 6ª Reunião: recuperando espaços, construindo pontes

Em 31, maio 2017 | Em Notícias | Por IberCultura

“Os velhinhos deste grupo nos divertimos/ ao diabo com a dor”, avisam os integrantes da Murga Tres de Abril àqueles que os escutam cantar e dançar. Estão juntos há uma década, desde que começaram uns cursos de teatro na vizinhança (como parte do Programa Esquinas da Cultura, desenvolvido desde 2005 pela Intendência de Montevidéu) que acabaram tornando realidade o sonho que eles tinham de subir ao palco e sair no carnaval. Alegres, de cara pintada, rindo deles mesmos em suas roupas de espetáculo, os integrantes desta “murga de avós” fizeram uma bela apresentação ao final do primeiro dia da 6ª Reunião do Conselho Intergovernamental do IberCultura Viva no Uruguai.

A apresentação da murga comunitária, na sede da Associação Civil Monte de la Francesa, no bairro Colón (Município G), encerrou a programação da quarta-feira, 24 de maio. Neste dia, terminada a sessão no Centro de Formação da Cooperação Espanhola, os participantes da 6ª Reunião do Conselho se dividiram em dois grupos para percorrer diferentes municípios do departamento de Montevidéu e conhecer algumas iniciativas de cultura comunitária desenvolvidas conjuntamente pelo Estado e pela sociedade civil.

Os grupos contavam com representantes dos países membros do programa, da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib), do Ministério de Educação e Cultura do Uruguai (MEC), do Ministério do Desenvolvimento (Mides), da Intendência de Montevidéu e a Unidade Técnica do Programa IberCultura Viva.

Enquanto metade do grupo se dirigia aos bairros Palermo/Barrio Sur, Bella Italia e Casavalle, a outra passava por Cerro, Paso de la Arena e Colón. Vários dos projetos visitados tinham uma característica em comum: funcionam em espaços que estavam abandonados, passaram por uma recuperação e hoje são geridos por vizinhos e vizinhas.

Integrantes do coral do Monte de la Francesa

 

GRUPO 1

Primeira parada: Cerro

Um dos percursos começou pelo Cerro, um dos bairros mais emblemáticos de Montevidéu, que surgiu como uma vila (fundada em 1834 com o nome de Cosmópolis), ponto de chegada de imigrantes das mais distintas procedências. No ex-Parador do Cerro, os visitantes encontraram três integrantes do coletivo Teatro para el Fin del Mundo (TFM), um programa de intervenção iniciado no México em 2012 e que tem entre suas atividades a realização de um festival artístico multidisciplinar.

Entre os princípios do TFM está a reconstrução de espaços que se encontram em condições de abandono e neles promover programas culturais. “A ideia é ressignificar estes espaços e dar-lhes visibilidade com esta característica do trabalho territorial”, explicou a coordenadora do TFM Uruguay, Susana Souto. Nas ruínas do Parador, o grupo oferece oficinas artísticas para crianças e adolescentes da zona. A Planchada e o antigo Frigorífico Castro são outros espaços do Cerro de atuação do colectivo, que hoje conta com 30 integrantes.

Além do trabalho direto com a comunidade, o TFM promove atividades voltadas aos profissionais das artes cênicas, com vistas ao intercâmbio e a experimentação entre coletivos artísticos de diferentes países. Para isso, desenvolve trabalhos de residência com grupos uruguaios interessados em intervenções artísticas, e organiza o Festival de Teatro para el Fin del Mundo, que chega à terceira edição este ano, de 1º a 5 de novembro.

 

O TFM ocupa espaços abandonados do Cerro de Montevidéu

Segunda parada: Paso de la Arena

Saindo do Cerro, os visitantes se dirigiram ao bairro Paso de la Arena, onde estavam reunidos na Casa Jovem alguns participantes do Ronda Oeste, um coletivo de organizações que trabalham com crianças, adolescentes e jovens na Zona Oeste de Montevidéu.

Considerada uma referência em termos de trabalho em rede no Uruguai, Ronda Oeste surgiu com a intenção de construir de pontes e promover atividades em comum entre aqueles que já vinham trabalhando na região, como o Liceu de Paso de la Arena, a UTU (Universidade do Trabalho do Uruguai), a Casa Jovem, a Aula Comunitária nº 4 e a Biblioteca Comunitária.Paco Espínola.

“Como organizações e projetos de trabalho, temos certa autonomia, já que existíamos antes do coletivo (…) O que tratamos de fazer com a formação do coletivo é transcender os projetos mais pontuais e gerar espaços de encontro”, afirmou Camilo Silvera, coordenador da Aula Comunitária, ressaltando que alguns dos projetos são de gestão pública (caso do liceu), e outros são de organizações que mantêm convênios com o Estado, como a Casa Jovem. A biblioteca comunitária é a única 100% gerida pelos vizinhos.

Financiado pelos fundos concursáveis do Ministério do Desenvolvimento Social, Ronda Oeste tem promovido uma série de atividades culturais na região entre os meses de setembro e dezembro. Títeres, teatro, planetário móvel, música e cinema têm chegado de forma gratuita a diferentes bairros do Oeste montevideano por meio deste projeto conjunto das organizações.

Visitantes e integrantes do coletivo Ronda Oeste, na Casa Jovem

 

Terceira parada: o castelo

Castillo Idiarte Borda

A terceira parada do percurso foi num castelo que começou a ser construído na Villa Colón em 1896, a mando do então presidente da República, Juan Idiarte Borda. Pensado em viver ali os meses de primavera e verão, Borda encomendou uma mansão em estilo francês, neoclássico, com cinco andares e amplos jardins, mas não chegou a ver o edifício terminado. Vítima do único magnicídio registrado na história del Uruguay, foi assassinado por um tenente em agosto de 1897. Levou uma bala no coração, em frente ao Club Uruguay.

Após décadas de histórias de fantasmas, luzes nas janelas das torres, invasão de indigentes e outros casos mal-assombrados, o Castillo Idiarte Borda passou a funcionar como um centro cultural que oferece atividades gratuitas aos vizinhos, como oficinas de teatro, balé, percussão, piano, violão, ginástica, karatê e filosofia. A casa é propriedade de uns espanhóis e esteve abandonada por muito tempo, até que a Comissão do Patrimônio Cultural da Nação a recebeu em comodato e passou a financiar sua manutenção, os gastos de energia elétrica, água, e a segurança. A Intendência de Montevideo colabora com seu programa Esquinas, cedendo professores para algumas disciplinas artísticas.

Quem administra o espaço é um grupo de vizinhos, que há quatro anos trabalham voluntariamente e em 2015 formaram uma associação civil. “Quando ingressamos não havia nada. A casa estava abandonada, haviam colocado fogo no piso, estava tudo muito feio”, lembrou Fabiana Scirgalea, a vizinha que atualmente responde pela presidência da Asociación de Amigos del Castillo Idiarte Borda. “Este é o orgulho maior: é um luxo que hoje as pessoas venham aqui. Não importa se têm dinheiro ou não, as portas estão abertas”.

Fabiana Scirgalea (C): “Este é o orgulho maior: que hoje as pessoas venham aqui”

 

GRUPO 2

As Usinas Culturais

A Casa de la Cultura Afrouruguaya, ponto de partida do percurso do segundo grupo, é uma construção que data de aproximadamente 1865, e que estava prestes a ser derrubada até que se conseguiu o apoio financeiro da Cooperación Española para que abrigasse este espaço da coletividade afro do Uruguai. A casa está aberta desde dezembro de 2011, como uma instituição sem fins lucrativos dedicada a promover o conhecimento, a valorização e difusão da contribuição dos afrodescendentes e seu acervo histórico, assim como a criação e a recriação de suas manifestações artísticas, culturais e sociais.

A Casa da Cultura Afro-uruguaia, no Palermo

Ali também funciona a Usina Cultural Palermo, uma das 17 “Usinas Culturales” instaladas no Uruguai. Estes centros regionais equipados com salas de gravação musical e/ou equipamento para a produção audiovisual conformam um programa da Direção Nacional de Cultura que busca descentralizar o acesso à produção cultural, instalando infraestrutura a lugares que tenham um notório déficit, e dirigindo suas atividades especialmente a jovens em situação de pobreza.

Além da sala de gravação de Palermo, os visitantes conheceram a Usina Cultural Bella Italia, inaugurada em 2013 no Mercadito do bairro, e desde então administrada por uma comissão de vizinhos. As Usinas de Bella Italia e Palermo são as duas que o programa da Direção Nacional de Cultura instalou por convênio firmado com associações civis – os outros centros regionais se tratam, em sua maioria, de convênios com as intendências/prefeituras).

A Fábrica de Turismo

O grupo também passou pelo Centro Cultural C1080, no Barrio Sur, conhecido como o berço do candombe e da cultura afro-uruguaya. A associação, vinculada a uma das grandes comparsas do carnaval uruguaio (Cuareim 1080, a C1080), está sediada no edifício onde antes existia o Conventillo Medio Mundo, o cortiço “onde começou a história de amor do candombe com o Barrio Sur”, como contou o músico Miguel Almeida.

Miguel é o guía turístico da Fábrica de Cultura que organiza o “Paseo Barrio Sur Candombe – una forma de vivir y sentir”, no qual relata – a partir da história do “conventillo” e com a participação dos vizinhos – a história dos tambores e dos moradores do bairro. O Medio Mundo teve um papel tão importante na trajetória deste gênero musical no Uruguai que o Dia Nacional do Candombe é celebrado em 3 de dezembro, data em que este prédio foi demolido (em 1978).

A Fábrica de Turismo Cultural é uma das 29 Fábricas de Cultura que foram criadas no Uruguai nos últimos 10 anos, neste programa da Direção Nacional de Cultura que leva adiante espaços de formação e desenvolvimento de empreendimentos culturais. As Fábricas se dedicam a um amplo leque de artes e ofícios, desde a produção de móveis até a joalheria, passando pelo patrimônio imaterial (como no caso do turismo cultural), e este ano – como agradecimento pelo apoio recebido – foram tema do espetáculo de carnaval  da comparsa C1080.

Miguel (D) é guia turístico do Passeio Barrio Sur Candombe

O complexo Sacude

O percurso do grupo terminou no Complexo Municipal Sacude, um projeto que busca melhorar a qualidade de vida dos vizinhos e vizinhas do Município D mediante a promoção do acesso à saúde, à cultura e ao esporte (o nome “Sacude” vem daí: “salud + cultura + deporte”).

Alba Antúnez coordena o Programa Esquinas

Construído em 2010, na regularização de três assentamentos da zona de Casavalle, o Sacude é gerido por representantes da Intendência de Montevidéu e por vizinhos e vizinhas do bairro. A comissão de cogestão é o órgão máximo de decisão del complejo. É integrada por três técnicos da Intendência, responsáveis por cada uma das áreas (saúde, cultura e esporte), três vizinhos eleitos pelo bairro, também nas três áreas, um coordenador de gestão (da Intendência), um representante do Município D e um integrante do conselho de vizinhos. Todos eles têm direito a voto e as decisões são tomadas por maioria absoluta.

“A Intendência fez uma intervenção para recuperar urbanisticamente o bairro”, comentou Alba Antúnez, coordenadora do Programa Esquinas, da Intendência de Montevidéu. “Quando se recuperou o bairro e já se tinha tudo em termos de saneamento, os vizinhos tiveram acesso a um fundo próprio para construir o que lhes interessava. Os mais veteranos, basicamente mulheres, doaram este fundo para que se construísse a parte cultural do bairro. Argumentaram que sabiam o que isso devia significar para seus netos em termos de valores e integração. Do ponto de vista econômico foi mínimo o que se aportou, mas simbolicamente foi muito forte. Eles sentem que isso é deles.”

Os vizinhos do teatro

No fim dos percursos, os dois grupos de visitantes se encontraram no Teatro de Verano de Colón, onde está a Asociación Civil Monte de la Francesa. Ali, em 1997, um grupo de vizinhos soube que havia sido assinado um decreto permitindo a demolição do Teatro de Verano e decidiu formar uma comissão para tratar de evitá-la. Depois de apresentar à Intendência em 2001 um projeto que tinha como centro o teatro, esta comissão de vizinhos deu início a uma série de tarefas para recuperar o Teatro de Verano de Colón e o espaço verde em que ele se encontra, conhecido como Monte de la Francesa.

Atualmente, o teatro tem como finalidade ser um espaço aberto de uso comunitário, onde realizam oficinas gratuitas de candombe, murga, maquiagem artística, canto coral, danças, fotografia etc, financiadas por convênios com a Intendência e aportes da associação, com fundos que saem especialmente das atividades de carnaval. Também se organizam no local rodas de conversas, geralmente sobre temas relacionados aos direitos humanos, e  as celebrações do Dia das Crianças, com espetáculos e brincadeiras. A recuperação de valores e a promoção do respeito e da segurança são considerados pilares fundamentales para este espaço de inclusão social autogerido pelos vizinhos.

“Buscamos melhorar a zona para que a recuperação do teatro não fosse vista apenas do ponto de vista arquitetônico, e sim como uma recuperação do espaço, para que as pessoas pudessem voltar a ter o sentido de identidade e pertencimento”, destacou Luís Guerreiro, um dos vizinhos integrantes da associação. “Há 10 anos ninguém transitava por esta zona. Hoje vemos gente caminhando pelas ruas à noite. Por isso é interessante o trabalho da  comunidade, a autogestão dos espaços. Além de ter a capacidade de identificar os problemas que têm, as pessoas encontram soluções para eles. O Estado deveria prover os recursos necessários e acreditar mais na gente para melhorar ou mudar a realidade do país.”

Acreditando na gente

Os avós da murga, que pintam a cara e fazem graça das limitações da idade em suas canções satíricas de carnaval, rindo deles mesmos e realizando antigos sonhos, são também um bom exemplo do que dizia Luís: que é necessário acreditar mais na gente. Ou do que afirmou Alba Antúnez ao final da apresentação dos “viejitos” no Monte de la Francesa. “Cada vez que nos aproximamos dos vizinhos, há uma força que estamos obrigados a não perder nunca. Devemos ter sempre presente que o que vale é isso: a gente, o ser humano. Somos nada mais que humanidade caminhante. E esta é nossa grandeza.”

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