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17

jan
2018

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Impressões de viagem (III): Três costa-riquenhas comentam suas experiências no Congresso de Quito

Em 17, jan 2018 | Em Notícias |

O 3º Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, realizado em Quito (Equador) de 20 a 25 de novembro de 2017, reuniu cerca de 450 participantes provenientes de redes, coletivos e organizações culturais de 18 países da América Latina. Cinquenta deles foram selecionados no Edital de Mobilidade IberCultura Viva 2017. Receberam passagens aéreas para acompanhar as atividades do congresso e voltaram cheios de histórias para contar sobre os seis dias de espetáculos, palestras, debates, exposições, círculos da palavra e percursos culturais que tiveram a oportunidade de ver/ouvir/viver lá.

A seguir, algumas das impressões compartilhadas por três representantes de entidades/coletivos da Costa Rica ganhadoras deste edital: Mauren Pérez, Nathalia Vargas Umaña e María José Bermúdez Bonilla.

 

Nathalia Vargas e a construção de outros mundos

Nathalia Vargas Umaña é integrante de GuanaRED, iniciativa que busca gerar um espaço de intercâmbio de conhecimento, experiências e projetos entre artistas, gestores e pessoas relacionadas às Peñas culturales de 10 cantões da Costa Rica. Para ela, participar do 3º Congresso Latino-americano de CVC foi “uma maravilhosa experiência de crescimento pessoal e profissional”.

“Foi um espaço de construção e intercâmbio de conhecimentos, abarcando as diversas áreas das culturas vivas comunitárias, como as expressões artísticas e culturais, a gestão sociocultural, a agroecologia e as comunidades alternativas, assim como o encontro com povos originários de toda a América Latina”, comenta.

“Esse compartilhar nos faz pensar e acreditar que podemos seguir construindo alternativas ao desenvolvimento, que há pessoas como formigas ajudando a criar outros mundos em seus espaços cotidianos, e que o potencial de transformação social está no trabalho comunitário e de base”, ressalta.

Nathalia traz consigo a ideia de que o tema da Cultura Viva Comunitária é um eixo transversal em tudo o que faz, sobretudo na Rede de Pontos de Cultura de Costa Rica e nas atividades desenvolvidas a partir da GuanaRED. “Ainda que muitos de nós conheçamos o contexto e a que se refere (a CVC), ainda há muito desconhecimento entre coletivos e comunidades”, observa, afirmando ter voltado com muito para dividir com seu coletivo e cheia de novas ideias para colocar em prática.

Parte da delegação costa-riquenha em Quito

María José Bermúdez e a cultura da água

María José Bermúdez Bonilla foi ao Equador como representante do Escritório de Culturas Vivas Comunitárias da Asociación Administradora del Acueducto Rural de Poás y Barrio Corazón de Jesús, Aserrí. Sobre esta experiência, fez inclusive uma apresentação durante o 2º Encontro de Redes IberCultura Viva, realizado durante o 3º Congresso Latino-americano de CVC com a participação de representantes de governos locais.

Também esteve numa reunião com a delegação costa-riquenha, trabalhando uma primeira ideia da facilitação metodológica do círculo da palavra “Educação criativa e transformação social”; fez uma palestra no círculo “Legislação e políticas comunitárias”; participou de um espaço de diálogo e articulação da Rede Maraca com gestores meso-americanos, e assistiu a espetáculos de teatro, circo e música.

Apresentação durante o 2º Encontro de Redes IberCultura Viva

 

Visitou, ainda, o Museu Yaku, um antigo aqueduto que atualmente apresenta um serviço pedagógico interativo sobre a gestão comunitária da água. O contato, segundo ela, propiciará o intercâmbio por meio de videoconferência com integrantes do museu, como uma roda de conversa, com integrantes do Aqueduto de Poás e Bairro Corazón de Jesús. Na ocasião, serão convidadas outras organizações comunitárias.

“Foi uma experiência de grandes aprendizagens e oportunidades de encontro e intercâmbio para o trabalho que se desenvolve no Escritório de Culturas Vivas Comunitárias do Aqueduto”, comenta. “A participação no congresso gera um antecedente importante para a associação, já que permite reconhecer os aquedutos como gestores de cultura. O congresso seria assim uma plataforma para posicionar reflexões vinculadas à política pública em matéria da gestão da cultura da água.”

Maria José: “Foi uma experiência de grandes aprendizagens e oportunidades de encontro” (Foto: CVC Ecuador)

Mauren Pérez e o “bastão da Cultura Viva Comunitária”

Mauren Pérez, integrante do Movimento de Culturas Vivas Comunitárias de Costa Rica, foi quem subiu ao palco da Casa de la Cultura Ecuatoriana, no segundo dia do congresso, para receber o “bastão da Cultura Viva Comunitária”, representando seu país na linha do tempo que prepararam sobre o movimento de CVC na América Latina.  

O papel de representante da Costa Rica havia sido acordado em assembleia, durante o I Congresso Nacional de Culturas Vivas Comunitárias, realizado nos dias 29 e 30 de julho de 2017 na província de Cartago. O evento, preparatório para o 3º Congresso Latino-americano de CVC, foi um dos projetos ganhadores do Edital de Apoio a Redes IberCultura Viva 2016.

“Com isso, assumi uma série de responsabilidades e tarefas que me permitiram conhecer muitas pessoas, fazer parte das principais atividades e tomar a palavra durante o Congresso de Quito. Ainda que tenha sido uma forte carga de trabalho, foram gratas  experiências compartilhadas que somam à minha vida pessoal e profissional, e sobretudo aos processos comunitários com os quais me vinculo”, conta.

Ao comentar as articulações realizadas no Equador, Mauren divide as conquistas em três níveis. “Em nível nacional, fortalecemos a relação com as pessoas e organizações beneficiadas com o Edital de Mobilidade 2017. Além disso, o processo preparatório envolveu pouco mais de 50 organizações de cultura comunitária”, afirma. “Em nível centro-americano, foi possível dialogar estratégias para fortalecer a articulação na região, e em nível latino-americano, não apenas nas relações a partir das conversas informais, mas também durante os círculos da palavra, entre projetos, organizações e redes com afinidade temática.”

Em espaços propriamente para a articulação, a partir de encontros de redes e coletivos vinculados à Rede Equatoriana de CVC, ela pôde participar do “Diálogo e fortalecimento de atores, ativistas e gestores culturais de Quito”. Também esteve em espaços de convivência e reconhecimento que constavam na agenda da Rede Equatoriana de CVC, tais como circuitos comunitários, festivais artísticos, casas comunitárias, feiras artesanais e celebrações informais.

 

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