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03

dez
2015

Em Notícias

Manifesto do II Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária

Em 03, dez 2015 | Em Notícias |

 

Leia o manifesto publicado hoje no site do II Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária (www.cvcelsalvador.cc):

 

el-salvador-capa“Em nossas línguas originárias dizemos Yek Tunal, iki anikilan aylor, bom sol, bem-vindos irmãos e irmãs; recebê-los, companheiros e companheiras latino-americanos, nos traz uma imensa alegria. Os laços de irmandade foram revalidados ao acolhê-los em nossos lares e compartilhando com nossas comunidades o trabalho de Cultura Viva Comunitária que se vive dia a dia, desde a criança até o ancião. No II Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, a Rede Salvadorenha, integrada por diferentes comunidades, associações, grupos artísticos, artesãos e artesãs, coletivos, representantes de povos originários, Conselhos de Desenvolvimento Artístico Cultural Comunitário, rádios comunitárias, Casas da Cultura, coletivos de cultura urbana e diferentes instituições e organizações vinculadas ao fazer cultural – e que trabalhamos com o impulso de desenvolver novas realidades no interior das comunidades que agora representamos e com o amparo de seus integrantes, que alimentam nosso andar há várias gerações; procedentes dos quatro pontos cardinais do país e reunidos no coração desta terra de preciosidades [1].

Declaramos:

Este dia é histórico para nosso país, o “pulgarcito de América”. Vivemos de novo a identidade e nossas culturas vivas, sentimos o tato ancestral, cultural e histórico, que nos foi roubado há 500 anos, que nos impôs um patriarcado e um sistema extrativista. Mas não é só histórico por ser sede do II Congresso Latino-americano de Cultura Viva Comunitária, e sim também porque este é um reconhecimento de que todas as forças vivas, todas as expressões aqui presentes e as que não estão aqui, mas nas ruas, nas praças, nos parques, nos mercados, nos ônibus, são parte da cultura.

Isso é reafirmação palpável e visível da identidade coletiva, de fazermos entender que as comunidades devem ser círculos nos quais todos sejamos pilares de uma nova sociedade, do nascimento de um novo ser, com a arquitetura da paz, a inclusão e o serviço para nossos povos. É uma reafirmação a nossa identidade artística, que reconhece que a arte pode ser feita fora dos edifícios que ao longo do tempo têm sido vistos como templos de cultura. Que entre o popular e o acadêmico, entre o urbano e o rural, entre o objetivo e o subjetivo, todos fazemos cultura e damos vida à identidade comunitária.

A cultura é de todos e todas. Não é feita só pelas instituições, nem pela academia, e sim por pessoas que dia a dia seguem costumes que têm deixado de ser estranhos. A Cultura Viva Comunitária trata disso: de cultivar as virtudes, uma melhor cultura para poder colher um melhor país. É reabrir um rumo em direção a um denominador comum: a vida com melhores condições, com inclusão, com igualdade e dignidade, harmonizando as ideias, os costumes e as tradições, inclinando-se a respeito da identidade e da aceitação, que são o sopro de vida da cultura de um povo. A Cultura Viva Comunitária gira sua vista em direção ao povo, escuta os que pouco têm sido escutados, é a voz dos sem voz.

Nesse sentido, as políticas públicas têm um grandíssimo papel, pois já não se trata só de ter os espaços para exercer nossas expressões, e sim que estas tenham as condições adequadas para seu funcionamento e que isso, por sua vez, seja um dinamizador social.

É por isso que nos unimos a um só grito continental para exigir como minimo 1% dos orçamentos nacionais para a cultura, e 0.1% para a Cultura Viva Comunitária. Dessa maneira, reafirmamos nossa posição de nos somar a esta grande campanha para fortalecer os processos de participação cultural comunitária.

Então propomos o acompanhamento e apoio das instâncias, organismos, instituições, ministérios, e aos que têm em suas mãos as tomadas de decisões, lhes fazemos o chamado para que não fechem os olhos diante dessa nova realidade que está se gestando.

Ao mesmo tempo, fazemos um chamado para retomar o compromisso e conseguir uma efetiva articulação e dinamização da Rede Latino-americana de Cultura Viva Comunitária.

Nós, como Rede Salvadorenha de Cultura Viva Comunitária, nos comprometemos a realizar o II Encontro Nacional de Cultura Viva Comunitária em 2016, assim como encontros zonais prévios. E nos comprometemos a seguir fortalecendo a RSCVC através de processos inclusivos e participativos.

Semana continental de CVC.

Lei de Cultura.

Anticapitalista e antipatriarcal

I Caravana de CVC

A Rede Salvadorenha de Cultura Viva Comunitária, mais que falar como organizadores, viemos falar com o coração, já que compartilhamos um mesmo ideal.

Não somos ameroica somos abdiayala

de ser a pátria grande”

[1] Declaração de San Salvador, I Encontro Nacional Cultura Viva Comunitária – San Salvador, El Salvador. 26, 27 e 28 de junho de 2015.