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27

set
2017

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Encontro VEDI.bio: conectando jovens através da arte, da criatividade e das novas tecnologias

Em 27, set 2017 | Em Notícias |

Fotos:  Comunidad VEDI

O que aconteceria se jovens ibero-americanos se juntassem por alguns dias em um geoparque para oferecer propostas de soluções a problemas do meio ambiente utilizando técnicas de design e arte digital? A resposta está em um punhado de iniciativas que mesclam artivismo, performance, fotografia, vídeo, reciclagem e muito más, criadas ao longo de duas semanas no 1º Encontro Internacional VEDI.bio, no Geoparque da Costa Vasca (Espanha).

O projeto, um dos ganhadores do Edital IberCultura Viva de Apoio a Redes 2016, foi composto de duas partes. A primeira, de 1 a 7 de setembro, foi um encontro com os “pontos focais VEDI” latino-americanos. A segunda se deu de 7 a 13, com a inclusão de um grupo de jovens que vivem no País Basco.

 

Guillermo Maceiras (“Guille”), cofundador e coordenador pedagógico-criativo da Associação Ventana a la Diversidad (VEDI) – uma rede colaborativa que conecta jovens de diversas raízes culturais através da arte, da criatividade e das novas tecnologias –, explica que os pontos focais VEDI na Ibero-América são pessoas que participaram das experiências de Ventana por toda a região e que continuaram sua relação com a associação, como voluntárias e facilitadoras “cocriativas” em suas comunidades.

“O encontro trata de avançar na coaprendizagem e no codesenho de novas metodologias cocriativas” (sim, eles gostam de “co”), afirma Guillermo, ressaltando que as pessoas participantes têm montado oficinas de arte e criatividade para envolver suas comunidades e oferecer propostas de soluções a problemáticas vinculadas ao meio ambiente.

 

Os temas

Estava prevista a abordagem de três temas: 1) os resíduos não biodegradáveis, em especial o plástico, e como afetam a salubridade nas comunidades e oceanos; 2) a perda de ecossistemas, especialmente habitats naturais para a biodiversidade; 3) o abandono de práticas e conhecimentos originários (tradicionais e modernos) respeitosos com o meio ambiente.

“Os pontos focais passaram uma semana hipercriativa, desenhando algo como o trio de metodologias que em princípio esperávamos. Depois foram fusionando, modificando, moldando… até chegar a duas ideias que estão realmente interessantes”,  comentou Guillermo durante o encontro.

Os trabalhos

Uma das ideias é Plasticópolis, uma série web experimental de ficção científica, que será criada colaborativamente em diferentes lugares do planeta, descrevendo situações de um futuro distópico em que uma grande corporação vem desenvolvendo um aditivo que converte o plástico em comestível… ainda que altamente viciante. “Diferentes grupos VEDI, em diversos lugares do planeta, criarão os capítulos, fazendo crescer este universo de maneira autogerida e descentralizada. Os próximos capítulos serão rodados em Yucatán e Guatemala”, adianta o coordenador.

O outro trabajo é Sonora Resiliente, “um exercício de inteligência coletiva que criará a melodia resiliente do planeta em cada um dos lugares onde se celebre. Será composto de uma oficina de ‘codesenho’ de artefatos sonoros com materiais menosprezados e gravações de campo que evocam a essência de um lugar, várias dinâmicas ‘cocriativas’ e, finalmente, uma plataforma sonora-visual como um enxame colaborativo”. Os trabalhos serão publicados no site de Ventana e em sua página no Facebook.

As etapas

Os participantes da primeira etapa chegaram à Costa Vasca nos dias 1 e 2 de setembro, provenientes de países como Chile, Peru, Colômbia, México e Guatemala, a maioria com o apoio de IberCultura Viva. (Além do programa, o encontro contou com a ajuda de Unesco Etxea, com fundos do Governo Basco e da Diputación Foral de Gipuzkoa.)

A segunda parte do encontro, iniciada no dia 7, seria para que este grupo diverso pusesse em prática o desenhado junto a um grupo de jovens do País Basco. “Uma espécie de prova-piloto daquilo que tinham desenhado, com o atrativo de ter que fazê-lo com um grupo de jovens de uma cultura que não é a sua. Isso é parte do coaprendizado, já que VEDI sempre busca ‘conectar’ pessoas de diferentes culturas em um mesmo processo criativo”, afirma o coordenador, ressaltando que esta conexão não é apenas os/as participantes, e sim com o resto da equipe (facilitadoras, gestoras, etc.)

Entre os 12 jovens que chegaram para a segunda etapa havia gente do País Basco espanhol, do País Basco francês, de Mallorca, de Valencia… e também do México e da Colômbia (neste caso, vivendo na Europa há um tempo).

A plataforma

Ventana a la Diversidad, a plataforma em que se insere esta iniciativa, tem como meta promover um diálogo através da arte, no qual se manifeste a ideia da criatividade como ponte de entendimento entre as culturas e fonte de inovação em qualquer âmbito da sociedade. “Defendemos que toda solução para o futuro de nosso planeta deve ser criativa e estar baseada na colaboração, afirmam.

Em busca de criatividade para um mundo mais colaborativo, a Comunidade VEDI reúne jovens de diferentes culturas para que juntos possam criar desde poesia expandida através de vídeo e música, até documentário observacional, passando por artefatos de animação que se constróem com materiais reciclados, acessíveis em qualquer comunidade.

A plataforma nasceu graças ao apoio do Fundo Internacional para a Promoção da Cultura da Unesco (2013), que selecionou este projeto inicialmente centrado em quatro países: Guatemala, Peru, Espanha e Indonésia. Desde então a rede chegou a facilitar mais de 45 experiências de criatividade colaborativa para um total de mais de 450 participantes de 17 países, a maioria da América Latina.

Video: Birin Sui

Saiba mais: https://www.facebook.com/ventanaaladiversidad/